Dados do Acervo - Dissertações

Número de Chamada   
 
599.815    S586c    DIS   
Autor Principal Silva, Suleima do Socorro Bastos da
Entradas Secundárias - Autor Ferrari, Stephen Francis , orient.
Universidade Federal do Pará. Centro de Ciências Biológicas. Programa de Pós-Graduação em Zoologia. Curso de Mestrado em Zoologia
Museu Paraense Emílio Goeldi
Título Principal Comportamento alimentar do Cuxiú-Preto (Chiroptes Satanas) na área de influência do Reservatório da Usina Hidrelétrica de Tucuruí-Pará / Suleima do Socorro Bastos da Silva ; orientador, Stephen Francis Ferrari
Publicação 2003
Descrição Física xiii,104 f. : il. ; 30 cm
Notas Dissertação (mestrado)
Inclui bibliografias e anexos
Resumo : A Usina Hidrelétrica de Tucuruí, construída em 1985, criou um lago de 2430 km² (3º43'-5º15'S, 49º12'-50º00'W) que isolou populações do cuxiú-preto (Chiropotes satanas), um primata amaçado de extinção em uma série de ilhas e outros fragmentos de hábitat. Este estudo foi realizado em dois pontos na margem direita do lago, um na mata contínua (T4) e outro em uma ilha de 16,3 hectares (Su), com grupos de 34 e sete indivíduos, respectivamente. O objetivo principal foi avaliar a influência da fragmentação de hábitat sobre o comportamento de forrageiro dos cuxiús. Dados básicos foram coletados em amostras de varredura de um minuto de duração e cinco de intervalo, e o comportamento de forrageio foi registrado em maiores detalhes através da amostragem de árvore focal e de todas as ocorrências. As categorias comportamentais básicas foram locomoção, descanso, forrageio, alimentação e interação social, com algumas subcategorias. De julho a dezembro de 2002 foram obtidos 3501 registros (varredura) para o grupo T4 e 835 para o grupo Su. O orçamento de atividades de T4 foi 55,8 % de locomoção, 21,7 % alimentação, 16,1 % descanso, 3,6 % forrageio, com 2,8 % de interação social. No caso de Su, a alimentação foi registrada em uma proporção semelhante (22,4 %), mas foi registrada uma proporção significaativamente menor de lomoção (45,9 %) e maior de descanso (27,0%). Uma diferença grande foi encontrada também no número de espécies vegetais exploraadas por seus recursos alimentares, sendo 40 por T4 (maior família Arecaceae) e apenas 22 por Su (maior família Lecythidaceae), embora não foi encontrada uma diferença significativa na diversidade de suas dietas. A composição da dieta dos dois grupos foi significativamente diferente, sendo o item mais utilizado por T4 as sementes imaturas (embora o mesocarpo de frutos de palmeiras também foi importante), enquanto o consumo de flores - praticamente todas da espécie Alexa grandiflora (Leguminosae) - foi muito alto no grupo Su. As diferenças entre grupos parecem estar relacionadas, pelo menos parcialmente, à diferença no tamanho da área de vida, que foi de 68,9 hectares para T4 e apenas 16,3 ha (toda a área da ilha) para Su. Aspectos do comportamento dos membros do grupo Su, como as taxas altas de descanso e consumo de flores, parecem refletir efeitos da fragmentação de hábitat sobre sua ecologia, com implicações negativas para sua sobreviviência a longo prazo. Espera-se que estes resultados contribuam de forma significativa para o desenvolvimento de estratégias efetivas de conservação tanto deste importante primata, como também da paisagem fragmentada da Amazônia oriental.
Assuntos Primata - Comportamento