Dados do Acervo - Teses

Número de Chamada   
 
639.209811    F676p    T   
Autor Principal Fonseca, Dante Ribeiro da
Entradas Secundárias - Autor Silva, Fábio Carlos da orient.
Universidade Federal do Pará . Núcleo de Altos Estudos Amazônicos . Curso de Doutorado em Desenvolvimento Sustentável do Trópico Úmido
Título Principal Pesca e abastecimento na colonização da Amazônia / Dante Ribeiro da Fonseca
Publicação Belém : [s.n.], 2004.
Descrição Física 2 v. : il. ; 29 cm
Notas Tese (doutorado) - Universidade Federal do Pará, Núcleo de Altos Estudos Amazônicos, Belém, 2004
Inclui referências bibliográficas
Crítica à visão fragmentária da história da Amazônia através da relação entre a teoria dos ciclos econômicos, na história do Brasil, e da fragmentação do espaço, na história da Amazônia, como derivações de um pressuposto análogo, a luz do estabelecimento dos circuitos comerciais internos no espaço colonial. Esses circuitos surgem do vácuo da produção de gêneros, na monocultura ou no extrativismo exportador. Exemplo disso, no período colonial, é a economia do planalto de São Paulo a partir final do século XVI, que serviu inicialmente ao abastecimento do litoral. Essa economia apresenta-se então como dinâmica, quando redireciona seus investimentos produtivos para dar conta do abastecimento das Minas. Na Amazônia, os pesqueiros reais e os pesqueiros do comum expressam o início desse processo adaptado aos interesses da colonização. No final do século XIX, o alerta contra a exploração generalizada dos recursos pesqueiros, por parte dos indígenas, e do desperdício, olvidavam o fato de que o fenômeno apenas se tornou alarmante em função da escala que a produção atingiu em face a colonização européia. O surto gumífero ocasionará dois fenômenos próximos mas distintos, o da concentração da força de trabalho regional e da intensificação da produção no seringal, ambos comuns a outros ambientes (ou tempos produtivos) e causadores do desabastecimento. A produção do pescado revela-se como importante setor do abastecimento interno que circula por toda a região, integrando-a juntamente com outros itens. Observamos nos relatórios dos presidentes da província do Pará constantes queixumes contra a escassez de pescado, seja fresco, salgado ou defumado, no mercado de Belém. Contudo, a análise dos relatórios dos presidentes da províncias do Amazonas não acusam o mesmo fenômeno. Por outro lado o crescimento da população e a especialização tornava a produção para o abastecimento da província do Amazonas constantemente precárias em outros gêneros de alimentação. Embora esse produto fosse em parte reexportado para Amazonas, através da rede de aviamento, uma parte era também consumida naquele estado, particularmente pela população urbana. Apontamos também aqui o caminho inverso, a produção paraense de gado concorrendo para o abastecimento da Guiana. A produção e circulação desses gêneros, sob todos os aspéctos pelos quais possamos analisar a realidade amazônica durante o surto gumifero, e mesmo em seus auge, evidencia a ausência da alegada fragmentação do espaço.
Assuntos Pesca - Aspectos econômicos Amazônia