Dados do Acervo - Mon. Pós-Graduação

Número de Chamada   
 
303.4833098115    O48v    MP   
Autor Principal Oliveira, Lílian Leitão de
Entradas Secundárias - Autor Dutra, Manuel José Sena orient.
Universidade Federal do Pará . Núcleo de Altos Estudos Amazônicos . Programa Internacional de Formação de Especialistas em Desenvolvimento de Áreas Amazônicas
Título Principal Vozes da terra : uma experiência em comunicação do MST/Pará / Lílian Leitão de Oliveira ; orientador Manuel José Sena Dutra
Publicação Belém : [s.n.], 2004.
Descrição Física 99 f. ; 29 cm
Notas Monografia (especialização) - Universidade Federal do Pará, Núcleo de Altos Estudos Amazônicos, XVIII Curso Internacional de Formação de Especialistas em Desenvolvimento de Áreas Amazônicas. 2004
Inclui referências bibliográficas
A pergunta central deste trabalho é: de que forma o MST dialoga com os ouvintes da rádio Cidade Livre FM e que respostas obtém? Nesta investigação, o que nos interessa é o discurso praticado pelos militantes que produzem o programa Vozes da Terra, emitindo entre os anos de 2002 e 2004. Investigamos aquilo que esse discurso inclui, omite ou realça. Não nos concentramos nos aspectos formais da mensagem midiática, e sim nas posições enunciativas dos emissores dessas mensagens. Os estudos sobre recepção no campo da comunicação têm privilegiado a análise do discurso hegemônico, ou seja, aquele emitido pelos dispositivos dominados pelas elites de poder. Embora importantes, os estudos de recepção a partir dos dispositivos considerados alternativos são ainda escassos, apesar de que os processos de dominação simbólica só possam ser compreendidos se considerarmos as estratégias de sobrevivência dos "dominados", em seus esforços para fugirem da agenda dos detentores do poder simbólico. O MST, que sempre se utilizou do recurso da espetacularização - as escolhas do MST consideram, sempre, a repercussão na mídia, daí a criação de ícones que marcam o movimento, com a bandeira e a marcha em fileiras, e a realização de manifestações em lugares simbólicos-chave _, o que demonstra a intenção de angariar a adesão da opinião pública ao seu projeto. Mas, utilizar o discurso para conseguir esta adesão, e assim, gradativamente,a hegemonia, depende, diretamente, da compreensão da relação entre discurso, recepção e as mediações de modo geral que interferem na sua produção. O que o MST reconhece é que os meios de comunicação de massa, desde que democratizados e "desmercadorizados", são instrumentos para a democratização da sociedade. O programa Vozes da Terra era estruturado para divulgar os acontecimentos que estariam desfocados pela mídia hegemônica. Todavia, o discurso não brota livremente, não é simplesmente fruto da vontade ou da escolha do sujeito. Síntese de vozes passadas, produz e é produto do assujeitamento, já que carrega, em si, a marca da ideologia. E o MST não está imune a esta "regra". Essa determinação ideológica subjaz na superfície lingüística. Mas contraessa posição discursiva dominante há uma ação de resistência do sujeito: um desses ingredientes de resistência é a exclusão, que empurra os sujeitos à indignação, que se transforma em mobilização social. É nesse terreno que as rádios comunitárias proliferam. No caso dos sem-terra, a estratégia é preencher essas lacunas deixadas pela política dominante e, assim, contribuir para instalar uma ordem, uma posição discursiva antagônica à posição dominante. Entendendo a prática discursiva como uma estratégia, isto é, como um conjunto de atitudes que objetivam um fim, o MST, no Pará, investiu na radiodifusão comunitária como instrumento de ação política, em busca de adesões e de geração de opinião pública favorável a seus objetivos.
Assuntos Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra
Movimentos sociais Pará
Comunicação de massa - Aspectos sociais Pará