Dados do Acervo - Dissertações

Número de Chamada   
 
341.27    V614a    DIS   
Autor Principal Viana Filho, Guilherme Roberto Ferreira
Entradas Secundárias - Autor Castro, José Carlos Dias , orient.
Universidade Federal do Pará. Centro de Ciências Jurídicas. Programa de Pós-Graduação em Direito
Título Principal Aids no Brasil : dos direitos humanos à construção da solidariedade / Guilherme Roberto Ferreira Viana Filho; orientador, José Carlos Dias Castro
Publicação 2004.
Descrição Física 166 f. : il. ; 30 cm
Notas Área de concentração: Direitos humanos
Dissertação (mestrado) - Universidade Federal do Pará, Centro de Ciências Jurídicas, Programa de Pós-Graduação em Direito, 2004
Inclui referências bibliográficas e anexos
Resumo: Esta pesquisa teve como objetivo analisar as inter-relações entre AIDS, Direitos Humanos, Violência e Solidariedade, embasando-se num campo de conhecimento multidisciplinar, numa perspectiva de análise qualitativa. Para tal optou-se metodologicamente por utilizar a técnica da entrevista, questionário, análise grupal e observação das pessoas que vivem com HIV ou com AIDS, incluídas na categoria de maior vulnerabilidade social e que são e foram atendidas por Instituições governamentais e não governamentais. Foram descritas situações que podem ser configuradas enquanto violências e que ferem direitos humanos, a partir de referidos tópicos. Considerando a conceituação da violência enquanto um artefato da cultura e não como seu artífice, procurando investigar as representações sociais que a justificam e a reforçam. Nesta busca, a violência expressa nas desigualdades sociais e nas exclusões sociais e morais, mostrou-se de grande relevância, impedindo e limitando o exercício da cidadania, impedindo condições dignas de vida, além de imporem sofrimentos aos sujeitos. A associação da AIDS com a morte e com comportamentos historicamente estabelecidos como "desviantes" permanece como uma importante matriz de representações sobre a mesma, onde as oções enquanto um "castigo" (numa perspectiva religiosa) se entrelaçam com as concepções biologizantes de "desvio sexual" (numa perspectiva cientificista), ambas ainda importantes na atualidade, trazendo implicações para as práticas assistenciais, políticas sociais e, de forma geral, para as relações sociais. Justificam e reforçam a indiferença e a banalização em relação à epidemia e aos sofrimentos experimentados pelas pessoas implicadas. Neste cenário, as ações das organizações sociais em defesa das pessoas que vivem com H IV/AIDS vêm sendo essenciais e estratégicas, possibilitando o fortalecimento pessoal, a identificação e a coletivização de problemas e interesses comuns, contribuindo com as políticas de assistência e prevenção e reforçando a defesa dos direitos humanos, na perspectiva de uma sociedade mais justa, igualitária e solidária. Todavia não devemos mais encarar a AIDS como um flagelo, um castigo divino pela iniqüidade humana, sabemos que não tem cura, que o período de vida da pessoa contaminada aumenta a cada dia que passa pela descoberta de novos medicamentos, e isso é muito importante para resguardar a vida humana e promover os direitos humanos, mantendo viva a esperança de podermos construir um mundo mais justo, onde os ideais da solidariedade não pareçam palavras mortas na panacéia das leis de mercado. Ademais, é bom ressaltar que um dia virá em que a AIDS será considerada mal menor, e onde não mais haverá vítimas. Mas primeiramente, urge eliminar seu pior sintoma: o preconceito.
Assuntos Direitos humanos
Solidariedade
AIDS (Doença)
Cidadania
Violência