Dados do Acervo - Teses

Número de Chamada   
 
551.352098115    S195i    T   
Autor Principal Sanjad, Thais Alessandra Bastos Caminha
Entradas Secundárias - Autor Costa, Marcondes Lima da , orient.
Universidade Federal do Pará. Centro de Geociências. Curso de Pós-Graduação em Geologia e Geoquímica.
Título Principal Intemperismo tropical em fachadas azulejadas de edificações históricas de Belém do Pará / Thais Alessandra Bastos Caminha Sanjad; orientador, Marcondes Lima Costa
Publicação 2007.
Descrição Física 289 f. : il. ; 28 cm
Notas Tese (doutorado) - Universidade Federal do Pará, Centro de Geociências, Programa de Pós-Graduação em Geologia e Geoquímica, Belém, 2007
Inclui referências bibliográficas
Resumo: A aplicação de azulejos europeus nas fachadas das edificações de Belém iniciou no século XIX. Após mais de cem anos de exposição ao intemperismo, os azulejos começaram a apresentar alterações. Para entender esta alteração intempérica, dois edificios do século XIX foram estudados: Palacete Pinho e Solar do Barão de Guajará, localizados no centro histórico de Belém. O Palacete possui azulejos alemães (PP A e PP A-C) e portugueses do Porto (PPP). O Solar tem apenas azulejos portugueses na fachada principal, também do Porto (BGFP). A principal alteração dos azulejos alemães é a presença de manchas escuras. Estas manchas estão localizadas entre o vidrado e o biscoito, sem perda de vidrado. No caso dos azulejos portugueses de ambas as edificações, a perda de vidrado é freqüente, além da presença de manchas verdes embaixo do vidrado descolado. Os resultados da caracterização física são os seguintes: 1) os azulejos alemães (PP A e PP A-C) têm menor porosidade acessível (12,96% e 9,59%, respectivamente) e maior densidade (1,99 g/crn' e 1,92g/cml, respectivamente), que os portugueses (PPP: 29,34% e 1,59 g/cm1 e BGFP 17,53% e 1,74 g/cm1): 2) os azulejos portugueses apresentam espessura de vidrado entre 0,06-0, I mm (PPP) e 0,5-0,54 mm (BGFP) e os alemães entre 0,04-0,2 mm (PP A e PP AC): 3) o vidrado dos azulejos portugueses tem um contato abntpto com o biscoito enquanto que os alemães apresentam uma zona de transição entre as duas camadas. As análises mineralógicas do biscoito foram realizadas utilizando DRX e MEV/SED. As principais fàses identificadas são: quartzo, mullita e cristobalita (azulejos alemães) c quartzo, gehlenita, diopsídio e calcita (azulejos portugueses). Quartzo, cassiterita e apatita foram encontrados nos vidrados de ambos os azulejos alemães e portugueses: somente a amostra PPP não tem cassiterita. A análise química total do biscoito dos azulejos alemães indicou uma quantidade maior de Si02 (75%) e AhO] (18%). No caso dos azulejos portugueses, além de Si02 (46%) e AhO] (15%), apresentam também concentrações elevadas de CaO (22%). Em relação aos vidrados, a composição química é formada principalmente por Si e Pb. As manchas escuras e as verdes embaixo do vidrado estão relacionadas a microrganismos das divisões Cya/lophyta e Bacillariophyta. Dados climáticos de Belém desde 1898 mostram que não houve mudanças climáticas significantes na região. Amostras e análises da água da chuva foram realizadas também nas vizinhanças das edificações estudadas. Os resultados mostraram pequenas concentrações de Ca acima dos níveis regulares para água da chuva, possivelmente relacionado com as argamassas. A medição de temperatura na superticie dos azulejos indica variações em diferentes partes das tàchadas. No Solar, as áreas de maior temperatura na superficie são aquelas que o vidrado está descolado do biscoito. Os resultados mostraram que os azulejos apresentam certa resistência ao intemperismo tropical. Azulejos alemães têm uma menor perda de vidrado em função da zona de interface existente entre as camadas vidrado e biscoito. A ausência desta zona de transição nos azulejos portugueses os toma mais vulneráveis ao intemperismo devido às mudanças climáticas, principalmente as variações térmicas diárias, que permitem o descolamento do vidrado.
Assuntos Intemperismo Belém (PA)
Fachadas em azulejos Belém (PA)
Patrimônio histórico Belém (PA)
Degradação ambiental