Dados do Acervo - Teses

Número de Chamada   
 
615.3209811    B222c    T   
Autor Principal Baptista, Ester Roseli
Entradas Secundárias - Autor Simonian, Ligia T. L. , orientador.
Universidade Federal do Pará . Núcleo de Altos Estudos Amazônicos . Curso de Doutorado em Desenvolvimento Sustentável do Trópico Úmido
Título Principal Conhecimentos e práticas de cura em comunidades rurais amazônicas : recursos terapêuticos vegetais / Ester Roseli Baptista ; orientador Ligia T. L. Simonian
Publicação 2007.
Descrição Física 372 p. : il. ; 30 cm
Notas Tese (doutorado) - Universidade Federal do Pará, Núcleo de Altos Estudos Amazônicos, Programa de Pós-Graduação Interdisciplinar em Desenvolvimento Sustentável do Trópico Úmido, 2007
Inclui referências bibliográficas
As possibilidades de promover saúde, qualidade de vida e desenvolvimento em comunidades rurais amazônicas, envolvendo os conhecimentos tradicionais e acadêmicos, norteiam as refleões desta Tese, a partir dos resultados obtidos pela pesquisa de campo feita na área do rio Maruepaua, município Novo Aripuanã(Am). Em termos metodológicos, adotou-se uma estratégia interdiscilplinar, com enfoque antropológico que envolveu etapas de observação e convivência em campo. Neste sentido, além da observação, in loco, fez-se uso de entrevistas abertas e informais, observação participante, registro fotográfico e, pesquisa documental. As condições sócio-econômicas, sanitárias e de alimentação foram evidenciadas, e o conhecimento amplo e aprofundado, por parte de ribeirinhos locais, dos recursos florestais e quanto a seus usos como remédios caseiros, indicando diversas espécies, partes usadas, modos de coleta, preparo e aplicação. Os dados permitiram caracterizar os "remédios caseiros mariepauenses", identificar as principais doenças que acometem aquela população, determinar o valor relativo das espécies medicinais e, avaliar, farmacologicamente, a indicação de uso popular do mururé: Brosimum ocutifolium subsp. intefectum (Moraceaea). E a seguir-se os modelos de nocicepção química (contorções abdominais induzidas por ácido acético e formalina) e térmica ( placa quente), avaliou-se o efeito antinociceptico e a toxidade aguda (DL50) da seiva concentrada do vegetal (SCBA). No teste de contorção abdominal, os resultados revelaram significante redução do número de contorções dos animais, sugerindo possível atividade analgésica periférica, na dose de 1500 mg/ Kg (p < 0,05, ANOVA; teste de Student - Newman - Keuls ). A SCBA foi capaz de dimuir a resposta na primeira e segunda fase do teste de formalina, nas doses de 250, 500 e 1000 mg / Kg com exceção da dose de 250 mg / Kg que se mostrou eficaz apenas na segunda fase. Com a dose 500 mg / Kg ( v. 0), houve aumento significativo ( p < 0,05, ANOVA; método de DUNN'S) do tempo de latência dos camundongos na placa quente, no intervalo de 30 minutos. Ao ser administrada oralmente nas doses 600,2000 e 5000 mg/Kg, essa mesma substância não provocou mortes, impossibiltanto a determinação da DL50. Sobre o edema de pata de rato induzido por dextrana e carregina, avaliou-se o efeito antiedematogênico da SCBA. Os resultados revelaram que, com as doses de 750 e 1000 mg / Kg, a SCBA impediu o desenvolvimento do edema induzido por carregenina e por dextrana, sugerindo possível atividade antiinflamatória envolvendo prostaglandinas, histamina e serotonina. O extrato liofilizado das cascas do vegetal ( ELBA ) administrado oralmente nas doses de 2000, 4000 e 5000 mg / Kg em camuldongos, não provocou mortes, impossibilitando a determinação da DL50. Ao ser administrado oralmente na dose de 2 mg / Kg, durante 30 dias em ratos, esse extrato não provocou alterações nos parâmetros ematológicos. Porém, elas ocorreram nos parâmetros comportamentais e bioquímicos dos animais (glicose, triglicerídios, TGP aumentados), sugerindo possível atividade hepatóxica. As reflexões apresentadas indicam que os avanços em direção ao desenvolvimento (sustentável) implicam no retorno dos resultados da pesquisa interdisciplinar às comunidades. O mesmo pode ser dito quanto aos benefícios sociais, culturais e ambientais. E, que tais avanços ainda implicam em diálogo interdisciplinar e multidisciplinar entre os saberes, os multiplos agentes sociais e diferentes parcerias, para a valorização da sóciobiodiversidade amazônica e construção da verdadeira cidadania.
Assuntos Plantas medicinais Amazônia
Matéria médica vegetal
Vida ribeirinha Amazônia
Xamanismo Amazônia
Cura Amazônia