Dados do Acervo - Dissertações

Número de Chamada   
 
553.098115    R788r    DIS   
Autor Principal Rosa, Ana Glória Noronha
Entradas Secundárias - Autor Villas, Raimundo Netuno Nobre , orientador
Universidade Federal do Pará. Instituto de Geociências. Programa de Pós-Graduação em Geologia e Geoquímica
Título Principal Rochas encaixantes, alteração hidrotermal e caracterização dos fluídos relacionados à formação do corpo sequeirinho do depósito Cu-Au do Sossego, Região de Carajás / Ana Glória Noronha Rosa; orientador, Raimundo Netuno Nobre Villas
Publicação 2007.
Descrição Física 132 f. : il. ; 28 cm
Notas Dissertaçao (mestrado) - Universidade Federal do Pará, Instituto de Geociências, Programa de Pós-Graduação em Geologia e Geoquímica, Belém, 2007
Inclui referências bibliográficas
O depósito Cu-Au do Sossego localiza-se a cerca de 25 km a NW da cidade de Canaã dos Carajás (PA), ao sul do sistema transcorrente Carajás, na zona de contato entre o embasamento granítico-gnáissico e as rochas Grupo Grão Pará. O depósito é constituído por cinco corpos de minério, os principais sendo o Sequeirinho e o Sossego. Este estudo concentrou-se no Corpo Sequeirinho, mas alguns dados foram também obtidos para o Corpo Sossego. O principal objetivo foi a caracterização dos fluidos, com vista a compreender a evolução química e termal do paleossistema hidrotermal responsável pela alteração das rochas e pela mineralização que deu origem ao depósito do Sossego. Objetivou-se, também, relacionar a evolução dos fluidos com o desenvolvimento dos diferentes tipos de alteração e da própria mineralização. Além desses objetivos maiores, foi feita uma comparação com outros depósitos a fim de avaliar a contribuição dos fluidos na diversidade dos estilos da mineralização cuproaurífera de Carajás. Na área do depósito foram identificadas rochas granitóides e máficas que estão, via de regra, alteradas e variavelmente deformadas, bem como rochas ricas em biotita (SIX), magnetititos (MAG), minério sulfetado (BSE) e diques. Com base em dados petrográficos, foi possível inferir que os protólitos dos granitóides (albita + quartzo + actinolita + clorita + epidoto) consistiram principalmente de quartzodioritos, enquanto que as rochas máficas (escapolita + CI-K-Fe-hastingsita :I: actinolita + albita + clorita + epidoto + magnetita) correspondem a gabros elou diabásios. As BIX referem-se a granitóides milonitizados, que interagiram fortemente com fluidos de alta salinidade, e se caracterizam por um bandamento marcado pela alternância de finas bandas claras (ricas em quartzo elou escapolita) e escuras (ricas em biotita, CI-K-Fe-hastingsita e turmalina). Os MAG contêm. abundante magnetita (>50%) com quantidades subordinadas de apatita, epidoto, albita, titanita e calcopirita. As BSE são formadas principalmente por calcopirita:t:siegenita + magnetita + apatita + escapolita, de aspecto, em geral, brechóide. Cortando todos os litotipos citados, ocorrem diques félsicos (composição quartzodiorítica e riolítica/riodacítica) e máficos. Albitização, sericitização, silicificação, cloritização e epidotização, actinolitização e escapolitização são os principais processos hidrotermais, os dois primeiros mais comuns nas rochas graníticas e os dois últimos nas rochas máficas. Biotitização e escapolitização são marcantes nos BIX. Ressalta-se, também, um forte metassomatismo de ferro, que gerou os corpos de magnetititos, e a carbonatação que representa a fase mais tardia da alteração hidrotermal O estudo de inclusões fluidas em cristais de quartzo, escapolita, apatita e calcita abrangeu todos os litotipos, à exceção dos diques. Os dados microtermométricos revelam fluidos exclusivamente aquosos que, de forma simplificada, podem ser representados pelos sistemas H20-NaCI-CaCh; H20NaCI- FeCh e H20-NaCI-CaCh-FeCh, apresentando salinidade variável (0,2 a 57% em peso equiv. de NaCI) e temperaturas de homogeneização (T h) mais freqüentes entre 125-275°C. As salinidades dos fluidos contidos em IF saturadas e caracterizados pelo sistema H2O-NaCI-CaCb foram estimadas, em termos dos principais solutos, em 1526% de NaCI e 15-23% CaCb. Nos cristais de calcita, que marcam o estágio mais tardio da alteração hidrotermal, as medições mais freqüentes para Th variaram de 100 a < 275°C e as de salinidades, em geral, entre 2 e 15% em peso equiv. de NaCI. A evolução do sistema hidrotermal do Sossego é interpretada a partir de dois fluidos primários: H20-NaCI-CaCh (a) e H20- NaCI-;- FeCh (b), que posteriormente se misturaram e formaram o fluido H2O-NaCI-CaCb-FeCb (c). Mais tarde, esses três fluidos foram diluídos, possivelmente devido à incorporação de água superficial ao sistema. O fluido a estaria rrelacionado aos processos de albitização, anfibolitização e escapolitização, enquanto que o b teria sido responsável pelo transporte de grandes quantidades de Fe que redundaram na formação dos magnetititos. O fluido c responderia pelos processos de actinolitização, epidotização e cloritização das rochas, e pela mineralização. Fluidos de alta salinidade (>30% peso equiv. NaCI) são considerados resultado da dissolução de camadas evaporíticas e/ou exalitos por processos metamórficos. Fluidos magmáticos aquosos também tiveram importante contribuição no sistema hidrotermal do Sossego, bem como águas superficiais cujo influxo provocou forte diluição e resfriamento dos fluidos e, por via de conseqüência, favoreceu a deposição dos sulfetos.
Assuntos Geologia econômica Carajás, Serra dos (PA)
Granito
Rochas - Identificação
Sedimentação e depósitos Carajás, Serra dos (PA)