Dados do Acervo - Teses

Número de Chamada   
 
616.936209811    S237e    T   
Autor Principal Santos, João Barberino
Entradas Secundárias - Autor Macêdo, Vanize de Oliveira , orientador
Universidade Federal de Minas Gerais
Título Principal Estudo sobre o uso de mosquiteiros impregnados com deltametrina em uma área endêmica de málaria na Amazônia Brasileira / João Barberino Santos; orientadora, Vanize de Oliveira Macêdo
Publicação 1995.
Descrição Física xxi, 254 f. : il. ; 30 cm
Notas Tese (doutorado)- Universidade Federal de Minas Gerais, Faculdade de Medicina, Curso de Pós-Graduação em Medicina Tropical, 1995
Inclui referências bibliográficas
Uma investigação sobre mosquiteiros impregnados com deltrametrina foi efetuada no município de Costa Marques, Rondônia, em 1992. Em fevereiro de 1992, em um grupo de 20 moradias na localidade de Porto Murtinho, situada à margem direita do Rio São Miguel, foram instalados mosquiteiros impregnados e, em outro grupo de 20 casas, na mesma localidade, mosquiteiros não impregnados. Um grupo controle escolhido na localidade de Águas Francas, às margens da BR-429, que liga Costa Marques a Presidente Medici, Rondônia. Os mosquiteiros fechados, de pano de algodão, foram impregnados pelo método da borrifação, ou "spry", com deltametrina, na dosagem de 20 mg/m². Após distribuidos os mosquiteiros em fevereiro de 1992, foram feitas revisões clínicas, parasitológicas e entomológicas, a cada dois mêses, até fevereiro de 1993, completando um ano de observação. Os resultados dessas revisões pós-intervenção foram comparados com a situação pré-intervenção em cada grupo e, entre os grupos de mosquiteiros impregnados e de não impregnados. Os mosquiteiros impregnados se comportaram de modo semelhante aos não impregnados, sem modificar os índices de infecção na época de baixa transmissão. A análise multivariada, por idade e titulos de anticorpos, mostrou uma proteção significantemente maior para o grupo com mosquiteiros impregnados contra o risco de infecção, apenas na estação de alta transmissão, quando os mosquiteiros foram usados mais regularmente. Não houve diferença no efeito de ambos os tipos de mosquiteiros na prevenção de elevadas parasitemias. A redução da prevalência de malária em Porto Murtinho em 1992, comparada ao ano anterior, reflete a diminuição progressiva dos índices malariométricos em Rondônia e em Costa Marques, desde 1987. Ao fim do estudo, houve diminuição da prevalência de esplenomegalia em ambos os grupos com mosquiteiros. O uso de mosquiteiros impregnados diminuiu especificamente a prevalência de esplenomegalia em maiores de 5 anos de idade, mas a regressão de esplenomegalia sófoi observada em pessoas acima de 15 anos, a faixa etária menos acometida pela doença na época de alta transmissão, apesar de ter sido a que menos fez uso regular dos mosquiteiros. Houve uma recuperação da taxa nosmal de hematócritos em menores de 15 anos de idade, com mosquiteiros impregnados. O uso de mosquiteiros impregnados ou de não impregnados não modificou a freqüência de soropositivos, nem causou uma diferença na diminuição dos títulos de anticorpos contra formas assexuadas do P. falciparum ao teste da IFI. Os mosquiteiros impregnados diminuíram a densidade vetorial no intradomicílio nos períodos de baixa densidade anofélica na região. O efeito foi marcante contra o An. darlingi, cuja taxa de captura diminuiu no espaço intradomiciliar em todas as épocas do ano, no curso da pesquisa. Não houve modificação da maior densidade vetorial no peridomicílio. O efeito inceticida sobre a mortalidade de mosquitos foi maior sobre o An. deaneorum, que foi a espécie mais capturada no intradomicílio, seguida pelo An. darling, que foi a especie mais capturada no perdomicílio. Os mosquiteiros impregnados determinaram diminuição da densidade vetorial intradomiciliar porém, sem causar grande impacto sobre a morbidade da malária em Poro Murtinho. Embora o uso tenha sido bastante irregular na estação seca, os mosquiteiros impregnados tiveram excelente aceitação pela população, contudo, o seu preço factível de ser encarecido pelas dificuldades regionais, poderá torná-los inacessíveis à capacidade aquisitiva da população local.
Assuntos Malária - Prevenção Amazônia