Dados do Acervo - Dissertações

Número de Chamada   
 
573.215    S725h    DIS   
Autor Principal Sousa, Gabriella Pante de
Entradas Secundárias - Autor Guerreiro, João Farias . orientador
Universidade Federal do Pará. Centro de Ciências Biológicas. Curso de Pós-Graduação em Ciências Biológicas.
Título Principal Haplótipos associados ao gene HBB*S na população de Belém (Pará) e seu significado antropológico / Gabriela Pante de Souza ; orientador, João Farias Guerreiro
Publicação Belém : [s.n.], 1995.
Descrição Física 75 f. : il. ; 29 cm
Notas Inclui bibliografias
Resumo : Haplótipos constituídos por seis sítios de restrição no complexo de genes ß'-similes da hemoglobina (XmnI-5'ANTPOT.G"gama', HindIII-'ANTPOT.A"gama', HindIII- 'ANTPOT.G"gama', HincII-'psiß, HincII-3'psiß e HinfI-5'ß) foram analisados em trinta pacientes falcêmicos da população de Belém, (PA), através do método de PCR, seguido da digestão com a enzima de restrição adequada. As freqüências genotípicas observadas foram: Banto/Benin 47%, Banto/Banto 43%, Benin/Benin 7% e Senegal/Senagal 3%. O haplótipo Banto [-+----] foi o mais comum, com freqüência de 66%, seguido pelo haplótipo Benin [----+-] com freqüência de 30,5% e pelo Senegal [++-+++] com freqüência de 3,5%. Essa distribuição de genótipos e haplótipos no Estado do Pará foi similar à observada em outras populações brasileiras já estudadas (Ribeirão Preto, SP e Salvador, BA). Essesdados haplótipos para o Brasil indicam, portanto, concordância com os registros históricos sobre o tráfico de escravos para o país como um todo. A predominância do haplótipo banto reflete a origem dos escravos africanos trazidos para o país, uma vez que a maioria deles veio da Angola, Congo e Moçmbique, onde esse haplótipo é o mais freqüente. Deste modo, os resultados obidos através de haplótipos ligados ao gene HBB*S em populações de falcêmicos, apontam para a situação atual de homogeneidade da população brasileira. As diferenças regionais devido à contribuição inicial de escravos trazidos diretamente de pontos distintos da África para as diversas regiões do país, foram alteradas através do fluxo gênico, ocasionado inicialmente pelo tráfico interno de escravos e posteriormente, pela migração interna e miscigenação da população brasileira. A presença do haplótipo Senegal no presente estudo, está de acordo com os dados históricos regionais que indicam a entrada de negros desse grupo racial na Amazônia. Porém, pelo fato desse haplótipo estar associado a uma sintomatologia benigna da anemia falciforme, pode estar havendo uma subestimativa da sua freqüência na população de falcêmicos de Belém (PA). Esse fato pode ser atribuído a um erro de amostragem, uma vez que o estudo foi realizado em pacientes de um centro de referência. Por outro lado, a presença do haplótipo Benin, característico de um grupo racial cuja a entrada na região Norte não é mencionada pelos dados históricos, sugere um provável fluxo gênico originado pelo tráfico interno de escravos de outras regiões para a Amazônia, bem como por migrações internas posteriores. Finalmente, os dados de haplótipos obtidos para o Brasil mostram uma situação inversa à dos demais países já estudados no continente americano, com o predomínio do haplótipo Banto sobre o do tipo Benin, em conseqüência dos diferentes padrões de tráfico de escravos para as diversas regiões do continente.
Notas Locais Museu Paraense Emílio Goeldi
Assuntos Genética de populações humana
Polimorfismo (Genética) Belém (PA)
Anemia falciforme Belém (PA)